Novas Maravilhas Tibianas – Capítulo III: Drefia
- Demona (Capítulo IV)
- Dark Cathedral (Capítulo II)
- Statue of God King Qjell
- Drefia (Capítulo III)
- White Raven Monastery
- Banuta (Capítulo I)
- Noodles Academy of Modern Magic (Capítulo VI)
- Inner city of Yalahar (Capítulo V)
No último capítulo, contamos a história do imperialismo thaiano sobre Venore e a batalha entre os Nightmare Knights e a Brotherhood of Bone. Além disso, conhecemos também um pouco da história de Goshnar. Caro leitor, essa história vai muito além dos alcances de Plains of Havoc, incluindo os limites de Drefia, que é a maravilha da vez hoje. Então, para não perder o costume, senta que lá vem história!
O primeiro homem
Kha’labal, o paraíso perdido
Kha’labal era um paraíso verde, cheio de florestas exuberantes e inúmeras nascentes de água doce. Era o lar ideal para qualquer espécie de vida. E, para nossa alegria, a raça humana, recém-criada pelos deuses, foi contemplada com esse presente. Além disso, Kha’labal era protegido por todos os lados, ora pelas montanhas ao oeste ou o mar ao leste, sendo impossível cogitar que alguém tiraria a paz dos habitantes desse lugar. Assim, os homens guiados por Banor fundaram, em Kha’labal, a cidade de Ankrahmun. Era felicidade que não acabava mais, até que os deuses se entediaram e os planos para humanos mudaram e era questão de tempo até o caos chegar àquele lugar.
Não demorou muito para surgirem invasões de Orcs pela costa e invasões de mortos vivos pelo Norte. Afinal, todos queriam viver no paraíso terrestre. As trevas aproveitaram a fragilidade dos homens naquele momento e invadiram a alma dos que demonstravam medo, angústia, desespero e, assim, a corrupção se espalhou pela cidade. A essa altura, eles já sabiam que no Norte havia, também, terras férteis e cheias de vida e assim mandaram pessoas para estabeleceram uma colônia lá. Darashia era a promessa de vida nova para todos aqueles que sofriam em Ankrahmun.
Nos primeiros dias de ocupação, constantemente havia saques promovidos pelos nômades e barbáros selvagens de regiões próximas a Drefia. Outra raça que ameaçava a colonização de Darashia era a dos djinns. Naquele tempo, eles pretendiam extinguir a raça humana. Alguns homens achavam que só conseguiriam se livrar de tanto sofrimento se estabelecessem uma aliança com os mortos vivos. Inocência deles, porque o que os mortos vivos buscavam como pagamento era exatamente almas vivas para consumirem e manterem sua imortalidade.
Os deuses, percebendo que os homens a cada dia perdiam mais a fé neles, resolveram ter misericórdia e enviaram o profeta Daraman.
O fruto da traição
Ainda nos tempos de glória de Ankrahmun, havia uma corte regida pelo faraó Karkhaneses II. Ele tinha uma única filha, Theripat, que desprezava a vida na corte e suas obrigações sociais como herdeira do faraó.
Theripat sempre que podia se disfarçava e andava pela cidade como uma pessoa comum. Num desses passeios, Theripat conheceu um oficial da guarda do faraó. Ela se apaixonou perdidamente por ele e os dois se casaram escondido. Um detalhe importante é que o oficial desconhecia a origem nobre de sua amada.
Quando o faraó decidiu que era hora de sua filha se casar com um membro da corte, ela estava grávida de 6 meses do oficial. Theripat escondeu a gravidez do pai e preparou o casamento real, mas no dia ela fugiu. Foi um mega escândalo. Karkhaneses achava que, para demonstrar poder, ele não poderia perdoar traições. Assim ordenou que sua filha e o oficial fossem presos e humilhados publicamente. Theripat conseguiu fugir com o filho já recém-nascido, mas a fúria de seu pai era implacável e o exército a perseguiu.
Quando estava prestes a ser presa pela guarda, Theripat caiu aos prantos, seu choro era tão estrondoso que podia ser comparado ao som de raios. Parecia que a própria natureza chorava com ela. E, assim, surgiu uma tempestade de areia devastadora que em minutos destruiu todas as tropas do faraó. Quando a tempestade passou, os soldados estavam gravemente feridos e ninguém mais viu os rastros de Theripat e de seu filho. Até hoje existe uma lenda que todas as tempestades de areia no deserto são provocadas por Theripat e que se deve rezar para acalmar os prantos da noiva em fuga.
O filho de Theripat, Gha’Zuul, cresceu como uma criança simples numa tribo de nômades do Norte. Era uma criança frágil e magra, sendo por isso motivo de piada frente às outras crianças. Gha’Zuul cresceu magoado e irritado com as humilhações constantes, sonhando com o dia em que se vingaria de todos.
Um dia, seu acampamento foi atacado por mortos-vivos e ele aproveitou a ocasião para se vingar. Gha’Zuul foi atrás do jovem que mais o atormentou e cortou sua garganta. Ele acreditava que o crime seria delegado a um dos invasores. No entanto, o ódio exalava do seu corpo e um necromancer percebeu o mal na sua ação, ele ficou muito extasiado com a crueldade daquele garoto. Assim, Gha’Zuul foi sequestrado e levado para Drefia.
Gha’Zuul tinha uma determinação em fazer o mal que superava qualquer outra ambição humana, conseguindo subir ao topo da hierarquia de poder em Drefia em poucas decádas. Há boatos de que ele provocou um acidente que culminou com a morte do presidente do conselho, tomando assim seu lugar. Ele foi o primeiro necromancer vivo a assumir tal posto. Contudo, Gha’Zuul não estava satisfeito com o poder, ele queria mais. Ele tinha grandes planos para Drefia, queria que a cidade necromancer se expandisse e conquistasse o controle do Norte e talvez de toda a Darama.
A ideia de se aliar aos Efreets na guerra civil veio dele e, quando o conflito estourou, ele pessoalmente levantou as tropas necromancers para marchar contra os Marids.
O profeta Daraman
Daraman foi um profeta enviado pelos deuses, já sabendo que os homens estavam cobertos pelo pecado, para guiar todas as raças à paz. Daraman certa vez foi capturado pelos djinns enquanto ele jejuava e meditava no deserto. Ele foi submetido a diversas provações pelos djinns que duvidavam de sua fé. E mesmo sob tortura, a fé de Daraman não estremecia. Malor, que era o mais perigoso dos djinns, perdeu a paciência e, quando se preparava para matar Daraman, foi repreendido por Gabel, rei dos djinns, que o ordenou a parar. Malor rugiu de ódio, mas obedeceu a seu rei.
Gabel ficou perplexo com o estranho comportamento de Daraman, que parecia não conhecer a dor ou o medo. Daraman dizia que a dor do corpo não é comparável a dor da alma e que o medo da morte não é nada comparado ao medo da vida.
Gabel achava que, como todo homem, ele era movido por alguma fraqueza secreta e testou o profeta por diversas vezes. Ele encheu Daraman de seda e lhe deu mil presentes, mas Daraman não se impressionava e rejeitava tudo, ele dizia que não apreciava nada que pudesse ser comprado com ouro. E, assim, Gabel confirmou que Daraman era mesmo um homem sagrado. O rei djinn e Daraman tornaram-se bons amigos e, de prisioneiro, o homem virou hóspede e confidente de Gabel. O rei escondia de todos uma constante sensação de vazio, não sendo mais o ser que outrora teria levado o terror ao mundo. A fé de Daraman tornou-se um consolo e fonte de alegria e de auxílio ao rei.
Um dia Gabel confidenciou a Daraman sobre as visões e os sonhos que o atormentavam e pediu um conselho. O profeta percebeu que o vazio interior do rei era por ressentimento com seu criador, os djinns viviam com a sensação de abandono. Daraman disse que ainda havia esperança. Então, ele ensinou a Gabel os caminhos da renúncia do mal e da fé. Outros djinns também adotaram as palavras sagradas e tornaram-se adeptos da crença de Daraman.
Guerra Civil
Malor sempre conspirou e planejou secretamente contra Gabel. Ele fazia promessas a todos os djinns que, de alguma forma, estava insatisfeitos com o reinado de Gabel e assim recrutava um exército. E, para a infelicidade de Gabel, os djinns mais fortes foram os que aceitaram se rebelar.
Quando Malor decidiu que era hora de agir, seus subordinados atacaram o palácio a fim de matar Gabel. Ele só escapou porque um amigo, Fa’hradin, percebeu a armação e o advertiu a tempo. Enquanto fugia, Gabel já reunia suas tropas para se vingar de Malor. E esse foi o início de uma guerra que se estendeu por anos. Nem todos os djinns concordavam com uma guerra, muitos queriam se manter neutros no conflito, enquanto outros escolhiam um lado. Só que o ódio era maior que tudo e os djinns começaram a se chamar por nomes diferentes, os Marids eram subordinados de Gabel e os Efreets, de Malor.
Malor preparava um ataque decisivo contra Gabel e seus aliados. Ele desafiou o líder dos Marids para um duelo. Gabel queria desesperadamente parar a guerra e assim aceitou o desafio. O duelo seria então nas planícies de Kha’labal. Os dois levaram seus exércitos. Inocentemente, Gabel achava que seria uma luta justa e, quando iniciou seu ataque, foi brutalmente surpreendido. A terra se abriu e uma tropa de mortos-vivos, liderados por Gha’Zuul, atacaram Gabel e seu exército. Muitos Marids morreram no local, mas a maioria das tropas de Gabel escaparam para o Sul, se reorganizando em Ankrahmun. O maior temor de Malor havia se concretizado: Daraman havia neutralizado a ameaça djinn para os homens e assim foi possível uma aliança das tropas de Banor com as de Gabel.
Os mortos-vivos marcharam contra Ankrahmun juntamente com os Efreets. Eles atacaram a cidade, destruindo a maior parte de suas construções. Os Marids e os homens estavam bem preparados para a batalha e não recuaram. O líder do exército dos Efreets, Baa’leal, queria decidir a guerra naquele momento. Ele ordenou que os magos lançassem chamas contra Ankrahmun. Os Efreets então fizeram uma parede de fogo que seria capaz de fazer toda a cidade virar cinzas, mas, quando foram atirá-la, não conseguiram. Os Marids já desconfiavam desse plano e criaram uma barreira na cidade para protegê-la. E, assim, os que tinham conjurado a chama no céu foram queimados. O fogo ficou fora de controle e impulsionado pelos ventos vindos do Sul, devastou toda a região de Kha’labal e o paraíso terrestre se transformou num deserto estéril.
Malor e suas tropas estavam muito fragilizados para representarem uma ameaça, então Gabel decidiu cessar o ataque e apenas perseguir os traidores. Depois da derrota em Ankrahmun, os necromancers de Drefia sabiam que o fim estava próximo. Os Efreets estavam muito fracos para fornecer ajuda e os Marids nunca perdoariam a traição. Os Marids não queriam dar tempo para os necromancers realizarem suas magias e se recuperarem, assim eles marcharam imediatamente para Drefia. Os Marids realizaram um ritual que fez com que a terra se movesse sob Drefia. A cidade foi puxada para dentro de um redemoinho. Apenas alguns edifícios não foram completamente cobertos pela areia. Nenhum habitante de Drefia foi visto de novo, mas diz a lenda que, sob a terra, a cidade profana resiste e planeja sua vingança.
Gabel sabia que precisava parar a guerra e isso só seria possível com a captura de Malor. Assim, seguindo um plano de Fa’hradin, Malor foi aprisionado no interior de uma lâmpada mágica e fora levado para as mãos de Gabel.
Os Efreets, mesmo com seu líder preso, não quiseram viver em paz com os Marids e a guerra continuou, mas sem conflitos diretos. A lâmpada que prendia Malor foi escondida em um lugar muito, muito longe, porque os Marids achavam perigoso mantê-la próximas dos Efreets. Séculos depois, o local em que a lâmpada estava foi habitado por alguns Orcs e eles acidentalmente libertaram Malor. Há relatos de que Malor ainda vaga planejando vingança.
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