Uman olhou com tristeza para o dano que sua metade maligna fez com a criação na qual Fardos e ele tinham trabalhado tanto. Para ele, Zathroth tinha ido longe demais. No seu desespero, ele foi até Fardos para pedir um conselho. Juntos eles decidiram que seria melhor cortar a ligação entre Uman e Zathroth de uma vez por todas. Eles se prepararam para a tarefa com grande energia, e seus esforços logo foram coroados com sucesso. Entretanto, quanto mais fraco o vinculo entre Uman e Zathroth, mais fraco Uman ficava e, por fim, eles perceberam que a separação colocava a existência de Uman em risco. Finalmente a invocação foi abortada. Uman teve que aceitar o fato de que o vinculo entre ele e Zathroth não poderia ser quebrado e que seus destinos e suas existências estavam interligados por toda a eternidade.
Enquanto Fardos e Uman estavam trabalhando duro no seu feitiço, os servos de Zathroth destruíram a criação preciosa dos deuses anciões, e a devastação continuou sem parar. Parecia que o mundo inteiro estava condenado. No entanto, alguns dos deuses menores que já estavam cansados de só ficar olhando enquanto seu amado Tibia era devastado, decidiram resistir às hordas imprudentes. Bastesh, a Senhora do Mar, criou criaturas enormes e misteriosas que eram ao mesmo tempo elegantes e ferozes, e povoou seu amado oceano com suas criaturas para garantir que os lacaios de Zatroth jamais corrompessem suas águas puras. No entanto, ela pouco podia fazer para ajudar seus primos que moravam em terra firme. De todas as suas criaturas, as únicas que sobreviveram em terra foram as cobras esguias e venenosas. Crunor e Nornur também criaram criaturas para lutar contra as hordas de Brog e Zathroth: Crunor, o Senhor das Árvores, criou os lobos ferozes, enquanto Nornur equipou suas amadas aranhas com veneno mortal para torná-las mais poderosas.
No entanto, apesar de todos os seus esforços, os deuses não podiam criar criaturas que fossem páreo para as hordas implacáveis e bem organizadas que vagavam pela terra. Os couros dos lobos e os exoesqueletos quitinosos das aranhas não resistiram ao aço das lâminas dos orcs e, para cada troll que era derrubado pelo veneno, dois outros vinham tomar seu lugar. No final, os filhos dos deuses se retiraram para as áreas fáceis de defender: os lobos fugiram para as profundezas da floresta, enquanto as aranhas se escondiam nas cavernas. Lá eles continuaram suas lutas, defendendo seus reinos contra o ataque do inimigo superior. Essas pequenas resistências eram os únicos santuários em um mundo que afundava cada vez mais no caos. E o pior estava por vir, pois agora os dragões sentiam que havia chegado a hora de tomar o que era deles por direito!
Por séculos eles tinham se propagado e expandido em silêncio, em grande parte despercebidos por todas as outras criaturas. Mas, agora que Garsharak, o primeiro e mais forte de sua raça, os enviou ao mundo, não havia nada que os contivesse e não mostravam nenhuma misericórdia. Os exércitos dos orcs foram derrotados pelas incansáveis chamas de fogo mágico de dragão, e logo aquela orgulhosa raça de bárbaros, que até então não sabia o significado da palavra derrota, foi levada a se abrigar no subterrâneo. Seus aliados, os poderosos cyclopes, não se saíram melhor. Embora tenham conquistado várias vitórias notáveis usando suas poderosas armas e armaduras, eles também tiveram que ceder ao poder superior dos temidos dragões. Eles se juntaram aos seus antigos aliados, os orcs, e seus primos fracos, os trolls, em seu exílio subterrâneo. Suas orgulhosas cidades que foram construídas ao decorrer de séculos foram queimadas até o chão, e suas renomadas forjas foram perdidas para sempre.
Assim, os dragões haviam assumido o domínio da terra, mas a guerra não estava terminada. Seus amargos inimigos, cyclopes e orcs, ressentiam-se do que pensavam ser uma prisão nas entranhas da terra, e eles continuaram a luta de seus esconderijos subterrâneos. E, de fato, os dragões, que já haviam sido enfraquecidos no curso das batalhas anteriores, sofreram graves perdas. Mas agora uma guerra começou entre antigos aliados: os cyclopes e orcs competiam por comida e espaço em seus abrigos subterrâneos. E mesmo que nenhum lado fosse forte suficiente para superar os outros, a guerra continuou com a mesma força, e todas as raças sofreram muito na luta épica. A terra estava cheia de corpos e, enquanto parecia que a própria vida seria extinta da face do Tibia, as perdas de todas as raças envolvidas aumentavam em número. Era como se os vivos fossem se afogar nos corpos dos mortos.
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