Crônicas Sorcerianas são histórias sobre Metacromado, um garoto filho de artesão que sempre teve tudo o que seus pais podiam lhe proporcionar: conforto, amor e estabilidade. Porém, o garoto almejava ser um grande sorcerer e, para isso, precisava sair do seu ninho familiar para voar ao longo das terras tibianas, enfrentando criaturas e ser desafiado pelas mais difíceis tarefas que um feiticeiro poderia passar para alcançar o ápice do conhecimento. Mas tudo isso não passava de apenas um sonho de um jovem que vivia ao leste de Thais, plantando sementes e ouvindo conselhos do senhor Palomino.
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A garota sumiu entre as árvores tão rápido quanto aparecera para salvar Metacromado. O menino estava vislumbrado com a habilidade tática de Katherine. Parou um pouco seu devaneio e começou a prestar atenção no ambiente ao seu redor na tentativa de situar-se. Porém, o garoto vivera durante toda a sua vida nas terras do reino de Thais, seria um pouco difícil de se perder.
Avistou um leito estreito do rio, que atravessara durante a fuga do lobo, resolvendo seguir seu curso ao norte. Em pouco tempo, estava no portão sudoeste de Thais. Cruzou a pontinha, cumprimentou o guarda e estava em segurança em sua cidade.
– Foi um ótimo começo de aniversário. – pensou Metacromado.
Cruzando duas ruas e vielas da capital tibiana, deparou-se com a academia de magia sorceriana. O menino caminhou até a janelinha do local e observou furtivamente o interior do aposento. Livros estavam voando de um lugar para outro, magos empunhavam cetros, enquanto outros estavam sentados em conjunto recitando mantras, o que parecia ser criações de runas.
– Você quer entrar? – disse uma voz por trás do garoto, o qual tomou um susto.
Metacromado virou-se para encarar quem o assustara e, para a sua surpresa, era o rapaz que derrotou o dragão de escamas verdes em Greenshore. O menino não conseguiu expressar nada, apenas ficou estagnado, como se tivesse sido atingido por um sopro gélido das terras de Svargrond.
– Voc… Você… Você é o sorcerer de Greenshore. – falou espantado o garoto para o rapaz, que consentiu com a cabeça e deu um sorrisinho de canto de boca.
– Vai querer entrar? – completou o mago.
– CLARO!
Caminharam até a porta e entraram na academia…
– Olá, Lobo Cinzento, – disse outro rapaz, que estava atrás do balcão, logo na entrada – trouxe um amigo?
– Sim, Muriel, – respondeu o mago, tirando sua capa e arrumando sua barba e cabelos alvos – nosso amigo quer saber mais sobre nosso conhecimento.
– Seja bem-vindo!
– Obrigado. – respondeu, sorridente, Metacromado.
– Venha, – disse o sorcerer – me acompanhe.
Entraram em uma outra sala, onde estava uma grande estátua com pessoas meditando ao lado.
– Seu nome é Lobo Cinzento? – perguntou o menino.
– Não, não… Me chamo Artur, porém meu nome místico é Lobo Cinzento. Todo bom feiticeiro possui um nome místico para ser reconhecido pelos outros.
Chegaram até um vão que separava um cômodo do outro.
– Artur! – disse uma voz de outra sala – Venha aqui me ajudar!
– Espere aqui, – disse Artur ao menino – volto rápido.
Metacromado, desocupado, passou o vão para observar alguns magos que estavam se transformando em animais.
– Mas você pode também. – respondeu um dos garotos – É só você treinar!
– Infelizmente, não posso. – disse Metacromado cabisbaixo – Não sou um mago.
– Você está brincando, não é? – completou o garoto ruivo – Se você não fosse um sorcerer, não estaria nessa sala. Está vendo aquele piso branco ali? Se você não fosse um mago, não conseguiria passar… Seria automaticamente expulso daqui.
– GAROTO! – gritou Artur – Como você passou? Impossível! Nenhuma pessoa sem ter falado com o Oráculo conseguiria passar. Venha comigo – completou Artur.
Desceram um lance de escada e chegaram a um quarto…
– O que está acontecendo, Artur? – perguntou, espantado, o menino – Como eu sou um sorcerer? Eu nunca consegui lançar nenhuma magia.
– Você não é um sorcerer. – respondeu, incisivamente, Artur – Seria impossível. Acontece que algumas pessoas expressam mais o dom mágico do que outras e, por isso, você conseguiu atravessar a barreira.
– O que eu faço, Artur? – perguntou o menino.
– Aconselho você, se tiver interesse, a ir até Rookgaard inciar seu treinamento. Amanhã cedo, um barco irá partir. Aproveite e vá junto.
– Viu só? – gritou Artur – Se você fosse um mago completo, não seria expulso.
– Preciso ir agora – respondeu, aos berros, Metacromado – Meus pais devem estar preocupados.
O menino tomou seu caminho. Durante a ida à sua casa, seus pensamentos pareciam turbilhar, não acreditava que o que acabara de acontecer pudesse ser real, que ele poderia finalmente realizar seu sonho.
Será que nosso pequeno Metacromado irá partir para Rookgaard? O que será que acontecerá no seu treinamento? Leia nos próximos capítulos!
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Escrito por: Magno Vieira
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