Crônicas Sorcerianas são histórias sobre Metacromado, um garoto filho de artesão que sempre teve tudo o que seus pais podiam lhe proporcionar: conforto, amor e estabilidade. Porém, o garoto almejava ser um grande sorcerer e, para isso, precisava sair do seu ninho familiar para voar ao longo das terras tibianas, enfrentando criaturas e ser desafiado pelas mais difíceis tarefas que um feiticeiro poderia passar para alcançar o ápice do conhecimento. Mas tudo isso não passava de apenas um sonho de um jovem que vivia ao leste de Thais, plantando sementes e ouvindo conselhos do senhor Palomino.
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– Última chamada para Rookgaard. VAMOS! EMBARQUEM!
– Vamos garoto, ande logo – empurrou uma senhora atrás de Metacromado.
O céu estava azul como o mar. O cheiro de maresia e peixe circundava todo o ambiente, além de muitas vozes dos marinheiros, que se misturavam com as vozes dos cidadãos de Thais, que circulavam por lá.
Metacromado tomou seu caminho, com sua mochila nas costas e adentrou a multidão de tibianos reunidos para embarcar.
– Veja quem está aqui – disse uma voz feminina por trás do menino – pelo visto conseguiu vir.
Metacromado, sem titubear, virou-se e, para a sua surpresa, deparou-se com uma bela garota que o fez abrir um sorriso que cobriu todo o seu rosto.
– Katherine! Você veio.
– E você pensou que eu não viria? Estamos prestes a nos tornar a maior dupla que esse mundo já viu.
– Fiquei feliz por te ver aqui – completou a menina – achei que não fosse conseguir.
– O NAVIO VAI ZARPAR! SUBAM!
A dupla subiu rápido o mezanino, cruzando a ponte, embarcando no grande navio de madeira. O capitão Bluebear estava cumprimentando todas as pessoas, que pareciam ser somente jovens indo em direção ao seu treinamento em Rook.
– Sejam todos muito bem-vindos ao meu navio! – falou, sorridente, o capitão – É com grande prazer que os recebo no meu navio. A viagem será curta, levaremos apenas um dia para chegar e, segundo nossos astrólogos, não teremos grandes preocupações com o tempo.
Katherine e Metacromado se acomodaram em um quarto, com aspecto rústico e um pouco apertado, em que havia apenas uma janelinha, da qual dava para avistar quase toda Thais, desde as muralhas até o grande centro comercial que todos chamavam de “O grande depósito” (embora todos gostassem de chamar de DP).
Logo menos, o navio começou a movimentar-se em meio as águas do oceano, fazendo grandes ondas. Todos que estavam em terra firme correram para acenar para os meninos que acenavam de volta das janelas e do convés.
Em meio a multidão, Metacromado viu seus pais, que sorriam olhando o filho indo em busca do seu sonho.
– Veja, Katherine, – disse o garoto – são meus pais! Eles vieram se despedir!
As horas não passavam, parecia mais que o mar havia se tornado um grande deserto onde eles estavam perdidos, dando voltas e voltas sem fim. A medida que o dia ia passando, a temperatura caía cada vez mais. Logo já era noite e todos se encontravam na copa do navio para jantar. Como sempre, a dupla não separou-se, sentando-se junto para comer.
– Sabe, ouvi muitas histórias sobre Rook, – falou Katherine – mas não consigo conter a minha ansiedade em chegar.
– Meus pais, com o instinto de superproteção, nunca ousaram me alimentar com tais histórias – disse Metacromado – mas, no final, olha onde eu estou!
Após o jantar, os dois subiram as escadas que ligavam o refeitório até o convés, cruzaram o grande pátio onde se erguiam grandes velas, insufladas pelos ventos vindos do nada, chegando finalmente ao quarto.
– Boa noite, Katherine.
– Boa noite, Metacromado.
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Escrito por: Magno Vieira
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