Crônicas Sorcerianas: Conselhos de Palomino e Ida a Greenshore
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Crônicas Sorcerianas são histórias sobre Metacromado, um garoto filho de artesão que sempre teve tudo o que seus pais podiam lhe proporcionar: conforto, amor e estabilidade. Porém, o garoto almejava ser um grande sorcerer e, para isso, precisava sair do seu ninho familiar para voar ao longo das terras tibianas, enfrentando criaturas e ser desafiado pelas mais difíceis tarefas que um feiticeiro poderia passar para alcançar o ápice do conhecimento. Mas tudo isso não passava de apenas um sonho de um jovem que vivia ao leste de Thais, plantando sementes e ouvindo conselhos do senhor Palomino.
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Essa história começa diferente de muitas outras, isso porque Metacromado não começou sua aventura em Rookgaard.
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Sendo filho único, Metacromado tinha toda atenção dos pais para si, o que lhe causava ainda mais dificuldade em seguir os seus sonhos. O garoto sempre sonhara em ser um grande sorcerer e finalmente conseguir sair da casa dos seus pais. Na verdade, nunca tivera uma vida ruim, seus pais sempre lhe deram tudo o que sempre quis, obviamente que não tivera uma vida de uma pessoa que morava em Yalahar, porém vivia muito bem, quando comparado a situação social que o seu reino estava.
Thais vivia sendo invadida por Orcs, pessoas eram raptadas diariamente e isso causava muita despesa para o Rei Tibianus. A maior parte dos impostos era voltada para o exército, o que aumentava os índices de pobreza na cidade, mesmo sendo uma das mais ricas do continente tibiano.
Já era manhã quando Metacromado levantou e pegou sua enxada para plantar sementes de trigo no leste de Thais. Um fazendeiro e criador de cavalos sempre o pagara uma boa quantia para que o garoto plantasse sementes de trigo.
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– Bom dia senhor Palomino, disse Metacromado cabisbaixo.
– O que houve, meu jovem? A roça está próspera e nenhum orc tentou entrar em Thais hoje. Alguma coisa te aconteceu?
– Não tenho mais ânimo para continuar nessa vida, meus pais não me deixam estudar na academia de Sorcerers de Thais, estou com idade, mas estou fadado a trabalhar como artesão minha vida inteira.
– Meu nobre amigo, a vida é tão curta para você ficar aflito por dúvidas externas, disse o senhor ajustando o chapéu em sua cabeça. Sabe, quando eu tinha sua idade, eu sonhava em me tornar um bravo Elite Knight, gostaria de sair pelos reinos em busca de aventuras, porém, com a morte precoce dos meus pais, precisei ficar na fazenda para continuar os negócios da família.
– Pelo menos você fornece a maior parte dos alimentos do nosso reino, retrucou o menino. O que será que eu irei fazer, além de embelezar a corte de Yalahar?
– Até as mais finas roupas precisam de conhecimento para serem tecidas, disse solenemente o senhor.
– Quero mais que isso, quero ser um Master Sorcerer e proteger meu reino contra os poderes sombrios.
– Você tem uma vida pela frente, agora pegue essa enxada e plante essas sementes.
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Ida a Greenshore
As gotas da chuva adentravam a janela do quarto em que Metacromado estava dormindo e, logo menos, foram tantos pingos sobre sua cabeça que perdera a paciência em continuar a dormir. Levantou ainda cambaleando e olhou para o campo afora repleto por um leve nevoeiro e ventos fortes
que empurravam as árvores de um lado para o outro. Porém, ainda sim, estava muito feliz, já que não precisaria trabalhar. O senhor Palomino era um senhor rígido com os trabalhos cotidianos, mas seria impossível plantar ou colher trigo naquelas condições. Adentrou a sala onde estavam seus pais tomando uma xícara de hidromel.
– Bom dia, meu filho – disse Lisse – Dormiu bem? O dia está péssimo, não me invente de sair pelas encruzilhadas de Thais.
– Olá, mãe – respondeu com voz sonolenta – não se preocupe. Não pretendo me aventurar, onde mais eu iria? Ainda não estou louco de sair por aí com Thais sendo constantemente invadida por orcs.
– O filho de Elizabeth foi raptado ontem a noite – disse o pai do garoto enquanto deixava sua xícara próxima a uma cabeceira de madeira junto à lareira – saiu para conseguir um pouco de carne de rotworm em Ancient Temple e não voltou mais. Petrúcio me disse que Thais está completamente rodeada de túneis ilegais construídos pelos orcs.
O clima do café da manhã estava ficando um pouco mórbido devido as notícias diárias de colegas que sumiam de uma hora para outra.
– Filho, mais uma coisa – disse Lisse na tentativa de quebrar a conversa – preciso que você entregue esta encomenda na casa de uma cliente em Greenshore. Acompanhe a frota dos Elite Knights que irá sair para não ser perigoso.
A manhã passou rapidamente e logo já era a hora do menino aprontar sua mochila com suprimentos básicos de emergência, como uma corda e uma tocha. Era preciso levar os mantimentos, tendo em vista que o entorno de Thais apresentava montanhas e alguns contratempos para qualquer um que tentasse se aventurar por lá.
Bateu a porta rústica de sua casa – ecoando um som pesado por dentro dos cômodos – e tomou o sentido da estradinha de terra que dava no portão de Thais. Nesse momento, a chuva já havia cessado e todo o campo que compunha a paisagem bucólica estava molhado pela garoa, o que emitia um cheiro muito agradável. Logo menos, chegou ao grande portão feito de tijolos negros e uma guarita com um guarda empunhando uma espada.
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– Bom dia, Metacromado! – gritou o guarda – cuidado ao andar por essa estrada, nunca se sabe onde perigo está.
– Deixe disso, Tim – respondeu o menino sorrindo – Orcs nessa estrada seria como um pobre em Yalahar.
Enquanto caminhava pela estrada de paralelepípedo, notou que o comércio estava fechando as portas e vários cartazes de desaparecidos estavam espalhados pelas paredes que compunham a atmosfera urbana de Thais.
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Quando chegou à praça central, encontrou o grupo de cavaleiros, montados em grandes cavalos negros, esperando o resto das pessoas que iriam fazer parte da caravana.
Mas o que seria exatamente essa caravana? E para onde eles iriam? O que será que a vida reserva para esse menino cheio de sonhos?
Acompanhe nos próximos capítulos!
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Acesse: Coluna: Crônicas Sorcerianas
Escrito por: Magno Vieira
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