Esta é a continuação da história do herói tibiano, Tibicus. Clique nos links abaixo para ler os capítulos anteriores:
Tibicus já estava no continente de Zao há vários dias. Ele teve sorte, apenas alguns outros tibianos chegaram aos yielothax, permitindo que ele vagasse pelas grandes e antigas cavernas sozinho. No entanto, havia momentos em que ele teria preferido um pouco de ajuda. Essas aranhas mutantes eram adversários difíceis demais e sua bela armadura já estava marcada com vários arranhões e amassados.
Não era o caso de Tibicus não conseguir lutar contra esses monstros sozinho. Mas, como ele tinha que subir e descer inúmeras escadas várias vezes por dia para vender suas coisas ao Yasir e voltar para o portal dimensional, ele estava ficando cansado. Claro, Yasir, aquele mercador fajuto, decidiu aparecer em Liberty Bay. Como se Tibicus já não estivesse ficando sem tempo.
Só quando foi emboscado por vários yielothax, que se atiraram nele para perfurar sua carne com seus dentes afiados, que Tibicus percebeu que esses monstros não estavam para brincadeira. Um yielothax tirou a mochila de seu ombro, que agora estava toda destruída ao lado de Tibicus, absorvendo lentamente seu sangue. Ele teve muita sorte de que uma pequena poção de mana caiu de sua mochila no calor da batalha e veio em sua direção. Mesmo quando as presas dos yielothaxs afundaram cada vez mais profundamente em sua carne, Tibicus alcançou a poção com a última de suas forças. À beira da consciência, ele engoliu o líquido púrpura bem a tempo. Outro yielothax pulou em seu peito, tirando o ar de seus pulmões, de modo que ele mal conseguiu terminar seu feitiço: “utevo gran res eq!”
Imediatamente, uma brisa fria encheu o lugar. Invocado de seu congelado reino dos mortos, Skullfrost anunciou sua chegada com um grito agudo e estridente. De uma vez só, os gritos gananciosos dos yielothax silenciaram e eles voltaram toda sua atenção para a terrível invocação. Tibicus sentiu as mandíbulas se afrouxando. Ele libertou-se de seu aperto doloroso antes que fosse tarde demais. Ele conseguiu sair de perto a tempo de não se machucar com a enorme explosão de gelo que sacudiu a caverna e enterrou os yielothax sob uma gigantesca onda de neve e gelo.
Ele teve várias experiências de quase morte nos últimos dias, como os yielothax estavam sugando toda a sua mana, ele não podia se dar ao luxo de invocar Skullfrost o tempo todo, especialmente porque os ataques elementais de morte não pareciam ter um grande impacto sobre as criaturas.
Ainda assim, Tibicus não podia se queixar, pois as enormes aranhas davam um ótimo loot e os olhos de Yasir cresciam a cada vez que Tibicus aparecia em seu navio. Porém, a quantidade de ouro claramente não era suficiente. Ele sabia que simplesmente não era realista ganhar tanto ouro em tão pouco tempo. Tibicus percebeu que a caça já havia drenado a maior parte de sua stamina, mas ele não podia desistir. Aquele chapéu significava demais para ele, todas as boas lembranças que ele trazia… Não! O chapéu era importante demais para Tibicus considerar não seguir a carta daquele chantagista.
Mas estava ficando cada vez mais difícil suprimir o sentimento de fracasso iminente. Assim que ele pensou que sua situação não poderia ficar mais dramática, ele ouviu um som estaladiço vindo da outra extremidade da caverna. “Ah, não, alguém está entrando no portal dimensional”, ele pensou. “Eu e minha sorte! Se esse cara for caçar aqui, eu vou juntar menos ouro ainda”. Tibicus preparou-se mentalmente para um confronto verbal e, se precisasse, um confronto físico. Ele se recolheu estrategicamente num canto. “Se ele for um dos capangas de Beefo, posso esquecer esse lugar”.
Para sua surpresa, no entanto, foi um rosto familiar que saiu do portal e olhou em volta, um pouco desorientado. “Fridolin, meu amigo, você está aqui finalmente! Eu estava te procurando por dias, pensei que você havia desaparecido da face do Tibia! Em nome de Zathroth, onde você estava?!”, perguntou Tibicus ao sair alegre do seu esconderijo e se aproximar de seu velho companheiro.
“Ah, Tibicus. É você…” Fridolin respondeu sem entusiasmo. “O que te trás aqui?” O paladino caminhou lentamente pela caverna, olhando ao redor. “Você está aqui sozinho?”
“Sim, felizmente! Você não acreditaria no que tem acontecido! É tão bom que você finalmente apareceu. Fridolin, eu preciso da sua ajuda!” Tibicus seguiu o paladino até as profundezas da caverna.
“Claro que você precisa. Sabe de uma coisa?” Fridolin deu meia volta e acertou Tibicus no peito. “Isso é frustrante! Toda vez que você estraga as coisas, sou eu que tenho que consertá-las!” Tibicus ficou espantado. “Qual é o seu problema? Parece que você acordou com o pé esquerdo essa manhã. Ouça, alguém roubou meu chapéu – O CHAPÉU – e deixou uma carta de resgate exigindo 400kk de ouro para recuperá-lo”.
“Deixe-me adivinhar Tibicus, você estava bebendo no Pub do Frodo quando aconteceu, certo?”, o paladino zombou. “Bem… Sim… Acho que sim… Mas eu…”, gaguejou Tibicus. Fridolin interrompeu: “Por favor, não apele para desculpas. Já ouvi todas elas. 400kk de ouro, de jeito nenhum você será capaz de conseguir tal quantidade de ouro. O que você vai fazer agora?”
Tibicus sabia que seu amigo estava certo. “Para ser honesto, não sei… Pedi e peguei um dinheiro emprestado, vendi tantos itens quanto pude, mas o mercado está cheio no momento. Yasir é a minha melhor aposta agora”.
“Quanto você fez até agora?” Perguntou Fridolin.
“Cerca de 75kk.”
“Só 75 milhões? Tibicus, está falando sério? Isso não é nem um quarto do resgate.”
“É mesmo? Não sabia, Capitão Óbvio.”, Tibicus respondeu com sarcasmo, também estava começando a ficar de mau humor. “Se você tivesse aparecido antes, teríamos conseguido caçar em lugares mais lucrativos juntos”.
“Então agora é minha culpa que você fez merda?”, disse Fridolin, com raiva.
Tibicus não sabia o que dizer. “Olha, desculpe, mas você sabe o quanto esse chapéu significa para mim. Você pode me ajudar? Você certamente tem algum dinheiro que eu poderia pegar emprestado, não tem?” “Não, Tibicus, não é assim que funciona. Seu problema, sua responsabilidade. Eu não vou lhe dar dinheiro nenhum!”
Tibicus não reconheceu seu velho amigo. Algo deve ter acontecido para tornar o coração de Fridolin tão frio, tão de repente. Fridolin estava certo, sem dúvida, mas esperava muito mais compreensão e ajuda dele. No entanto, ele não podia perder mais tempo pensando nisso, já que o prazo do resgate estava cada vez mais próximo.
“Você poderia, pelo menos, juntar-se a mim para que possamos cobrir uma área maior nesta caverna?” ele tentou aliviar a tensão. Enquanto eles estavam discutindo, muitos yielothax haviam saído de seus buracos e já estavam perigosamente próximos deles. Fridolin apenas assentiu e o massacre dos yielothax começou.
Enquanto Tibicus cobria os corredores estreitos perto do portal dimensional, Fridolin decidiu caçar lá embaixo, onde ele tinha pelo menos um pouco mais de espaço para seus ataques à distância. Ele estava progredindo bem e, pelos gritos de morte vindos de baixo, parecia que Fridolin também estava fazendo um ótimo trabalho. Motivado pela ajuda inesperada, Tibicus percorreu a caverna como se tivesse tomado 10 berserk potions de uma vez. Enquanto esperava que mais yielothax aparecessem, ele decidiu fazer uma visita a seu amigo.
Ele colocou um anel de invisibilidade e desceu as escadas, pois queria surpreendê-lo. Não demorou muito para encontrar o paladino ajoelhado sobre uma pilha de yielothaxes mortos. Ele viu que Fridolin já havia preparado umas loot bags e decidiu examiná-los. Para sua surpresa, as loot bags estavam bem vazias em comparação com a quantidade de loot que ele tinha feito no andar de cima e, quando estava prestes a tirar o anel para se revelar, ele viu que Fridolin estava ficando com o loot mais valioso para si mesmo.
“O que esta acontecendo aqui?” Ele enfrentou o paladino. Fridolin virou-se, surpreso. “Por que você está pegando o que é valioso para si mesmo? Temos que levar ao Yasir para que eu possa pagar o resgate”, disse Tibicus.
“Ótima ideia, estou ficando sem cap para carregar itens, para falar a verdade. Hora de fazer uma visita a Yasir”. Fridolin disse. “Preparei umas loot bags para você, você pode vender o que está nele, só vou pegar a minha parte”.
“Sua parte? Você deveria me ajudar! Eu pedi que você caçasse comigo para obter mais lucro. Se você tirar todos os itens valiosos, então é melhor eu ficar aqui sozinho!”
“Não seja dramático, Tibicus, é apenas o suficiente para cobrir meus gastos”, Fridolin respondeu. “Não minta para mim, Fridolin, eu vi o que você pegou”, Tibicus se sentiu traído.
Quando o paladino seguiu para a saída, sem mostrar a menor vontade de entregar o loot, Tibicus bloqueou a passagem. “Deixe-me passar!” O paladino falou.
“Não, devolva o loot que você pegou, ou você não passará”.
O paladino fechou as mãos. “Uma última vez, Tibicus, deixe-me passar ou então… Utevo gran res sac!”
Uma rajada de fogo ardente iluminou a caverna e Emberwing apareceu atrás de Fridolin. “Você pediu, Tibicus! Agora, afaste-se!”
“Você está louco?” Tibicus ficou atordoado. Eles são amigos há muito tempo e nem mesmo nos piores pesadelos ele teria imaginado que eles se encontrariam em tal situação. Antes que ele pudesse pensar direito, no entanto, uma bola de fogo gigantesca já tinha o jogado para longe.
Ele bateu contra a parede com tanta força que ficou sem ar. Ele olhou para Fridolin. Tibicus sentiu a ira explodir dentro dele. Antes que ele pudesse pensar sobre o que estava fazendo ou o que isso significava, ele gritou… “Utevo gran res eq”.
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