Os amigos de Tibicus estão em Thais. Será que conseguirão resgatar o knight à beira da morte a tempo? E onde eles estavam durante todo esse tempo? Leia o próximo capítulo da aventura de Tibicus para descobrir.
Com um último suspiro de dor, a criatura retornou para o ardente purgatório quando Tibicus retirou sua espada do peito do demônio agonizante. Chamas quentes haviam envolvido a sala com fogo e um calor insuportável enquanto demônios gritavam de rir ao dançar sobre corpos queimados de tibianos mortos.
Eles falhariam se este massacre continuasse. Todas as mortes, a dor, a agonia, tudo teria sido em vão. Ele tinha que arriscar agora.
Outro demônio apareceu de repente bem na frente de Tibicus, esmagando uma pilha de corpos quando seu pesado corpo se solidificou com uma velocidade impressionante. Por um momento, o demônio apenas olhou para o pequeno mortal em sua frente, mas Tibicus havia enfrentado demônios suficientes para saber que ele estava prestes a começar sua destruição.
Ele partiu pra cima e bravamente passou pelos ataques do demônio. Desviando pela esquerda para evitar o fogo que caía sobre ele, ele conseguiu passar pelo demônio. Por estar correndo, ele quase escorregou numa poça de sangue, mas se recuperou no último momento e partiu para o centro da sala. Por todos os lados, haviam garras afiadas de incontáveis demônios e rios de fogo jorravam pelo chão, mas Tibicus era rápido e ágil demais.
Ele estava quase lá. Lá estava ele, o comandante e mestre dos demônios, parado no meio do massacre. Sua barba branca estava encharcada com o sangue dos amigos e companheiros mortos de Tibicus. Com seu cajado erguido bem alto, ele comandava e coordenava os ataques letais de suas legiões.
Finalmente, era hora. Ele estava tão perto, o chapéu do mago estava a seu alcance. Ele havia passado pelas fileiras de demônios que o defendiam. Um forte golpe com sua espada e o cajado com o F dourado cairia ao chão e ele daria fim aos seus planos perigosos e sinistros e o chapéu seria seu. Agora ou nunca!
Ele se jogou no ar, levantando sua poderosa espada para acertar o coração do mago e…
Uma forte dor fez Tibicus acordar de seu desmaio. Alguém havia removido os dardos que o prendiam contra a parede com um puxão e, gentilmente, colocava seu corpo no chão. “Tibicus… Tibicus! Acorda!” Esta voz… Ela parecia tão familiar para ele. Quando ele tentou abrir seus olhos para dar uma olhada, ele só conseguiu reconhecer as silhuetas borradas de dois rostos se inclinando sobre ele.
Tabea havia colocado a cabeça dele seu colo enquanto Emilio colocava suas mãos nos ombros dele. Apesar de ser bem habilidoso, o druid deve dificuldades para cuidar das feridas que sangravam muito. Tibicus sentiu a pele da sua clavícula começar a formigar. Primeiro, mal podia notar e só em certas áreas, mas o efeito da magia de cura foi se espalhando por todo o seu corpo.
Ao sentir o calor que se espalhava, Tibicus estava prestes a retornar para o reino dos sonhos e da despreocupação quando Tabea o trouxe de volta à realidade com um belo tapa na cara. “ACORDA!”, ela gritou. “Nós precisamos de você, e acho que Fridolin também.”
Ao ouvir este nome, Tibicus acordou para a vida. Ainda um pouco desorientado, ele se levantou e olhou para os dois. “Tabea… Emilio… São vocês… Onde… Onde vocês estavam?”
“Nós estávamos sendo feitos de reféns! Beefo nos emboscou há uma semana e nos trancou em sua guild hall de Venore.”
“Uma emboscada?” Tibicus franziu suas sobrancelhas. “Ora, Emilio, desde aquela vez que você levou uma surra da gangue dele há alguns meses você tem sido muito cauteloso. Como ele conseguiu te emboscar?”
Os dois magos se entreolharam com insegurança. Tabea começou a chorar e Emilio olhou envergonhado para o chão.
“Foi Fridolin. Ele nos chamou e disse que queria nos mostrar algo muito importante. Quando o seguimos até o Mt. Sternum, Beefo e seus capangas estavam esperando por nós e nos encurralaram em uma das passagens estreitas da montanha. Resistir era inútil.”
“Então Fridolin traiu vocês também?” Tibicus sentiu sua fúria se aflorar novamente, mas seu corpo ainda estava fraco demais para abrigar tal poder destrutivo. Ele ficou tonto e, com pés tremendo, ele teve que se apoiar na parede para não cair no chão. “Emilio, pode me ajudar?” O druid se apressou e continuou a curar as feridas.
Tabea também havia se levantado e limpava as lágrimas de seus olhos enquanto andava para um lado e para o outro na sala. “Sim, foi Fridolin que nos traiu. Ele nos entregou a Beefo, mas acredito que há mais por trás dessa traição. Pois… Há quanto tempo nos conhecemos? Quanto tempo caçamos, rimos e choramos juntos? Eu me recuso a acreditar que ele nos apunhalaria pelas costas desse jeito, especialmente…”
“CHEGA!”, Tibicus interrompeu a sorcerer rudemente. “Você tem ideia do que eu passei nos últimos dias?As humilhações pelas quais passei por causa daquele covarde? Não tem outra explicação para essa traição! Ele nos abandonou. Nós fomos enganados por todos esses anos, esse pilantra se infiltrou no nosso grupo e agora nós pagamos o preço por nossa ingenuidade! Mas eles cometeram um grande erro ao achar que eu morreria miseravelmente nesta parede. Isso foi tão imbecil e arrogante quanto libertar vocês dois. Eles vão pagar caro. Fridolin não vai sair ileso dessa traição. Eu vou destruir aquele verme, apagar sua existência da face do Tibia e, com ele, Beefo e toda a sua miserável gangue. Ele se meteu com as pessoas erradas. Assim que eu recuperar minhas…”
“TIBICUS, CALA A BOCA!”, agora foi a vez de Tabea interrompê-lo. “Lá em Venore, nós ouvimos os guardas falando sobre o roubo, sobre Fridolin ter roubado seu chapéu e ter pedido um resgate. Mas você acha mesmo que eles simplesmente nos libertaram? Não, eles estavam prestes a nos executar. Se não fosse por Fridolin, nós poderíamos estar apodrecendo nos pântanos de Venore! Foi ele que nos ajudou a escapar. Ele abriu a nossa cela e nos disse onde te encontrar. O Emberwing dele barrou o caminho depois que nós passamos para impedir que os capangas de Beefo nos perseguissem por Venore.”
Lágrimas começaram a se acumular em seus olhos novamente. “Tibicus, eu sei que você está furioso. Você, mais do que qualquer um, tem todo o direito de odiá-lo e eu não poderia explicar por que Tibicus fez isso com você, mas por que diabos ele nos ajudaria a escapar?”
Tibicus olhava para Tabea com um olhar confuso. Ver sua querida amiga chorando o fez parar e pensar. Ela estava certa, isso não fazia sentido algum. Qual é a do paladin? Estaria ele duvidando de suas convicções ou com a consciência pesada? Não, Fridolin havia sido teimoso demais e convencido de sua própria inteligência quando havia o confrontado em sua casa. Tibicus não estava acreditando nessa história de “no fundo, ele é bom”. Então será que isso era parte de um plano ainda mais maléfico? Será que deixá-los escapar era parte de um jogo mental doentio?
Ele não sabia como responder à sorcerer, já que temia que seus pensamentos fossem piorar ainda mais as frágeis condições de sua amiga.
“Vamos até Venore.”, ele disse. “Talvez encontremos algumas respostas lá.”
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