Era um dia tranquilo e pacífico. Nenhuma tarefa estava pendente para Snoopy Moony, então ela decidiu fazer uma pequena excursão para Ab’Dendriel. Ela gostava da atmosfera calma da cidade élfica e até conhecia alguns de seus habitantes. Elathriel, por exemplo. Em sua última visita, ela até aprendeu um novo feitiço com o elfo e, apesar de todo mau humor, ela sentiu uma conexão.
Então, assim que ela chegou a Ab’Dendriel, foi logo ver Elathriel. Ela viu uma porta trancada no caminho, que sequer havia notado antes, e decidiu perguntar sobre isso. Elathriel zombou dela e, ainda zombando dela, ofereceu-se para lhe vender uma chave, pensando que ela não teria dinheiro suficiente de qualquer maneira. Quando ela entregou o dinheiro, o elfo pareceu desconcertado, mas entregou-lhe a chave.
Animada, Snoopy guardou a chave e, saltitando, deixou Elathriel sem palavras com um alegre adeusinho.
A chave abriu um caminho para um misterioso teleport. Snoopy hesitou. Ela deveria entrar ou não? Uma dose de ânimo a fez avançar. Ao entrar, ela girou e sentiu uma onda de adrenalina ao chegar em uma plataforma. Além da tontura normal de um teleport, ela imediatamente sentiu um calor fumegante, e percebeu que estava cercada de lava. Ela rapidamente agarrou a escada na frente dela e subiu para escapar.
“Onde estou?”, ela se perguntou. E, em seguida, pensou: “Como eu volto?” Ela olhou em volta, mas não viu nenhuma opção de retorno.
Um pouco com medo e trêmula, ela segurou sua wand com as duas mãos. Um passo após o outro, começou lentamente a avançar para procurar uma saída. Depois de algum tempo, porém, ela se acalmou e começou a caminhar com mais confiança. Ela subiu e desceu vários buracos, facilmente se defendeu contra os skeletons que atravessaram seu caminho enquanto ela vagava por caminhos aparentemente intermináveis. De novo e de novo ela cruzou correntezas de lava, que não deixavam que ela baixasse completamente a guarda. Esta área desconhecida poderia facilmente se tornar seu túmulo. No entanto, as pontes sólidas por cima da lava deram-lhe esperança. Se alguém tinha construído aquelas pontes, ela estava em um caminho que ainda estava em uso, e por boas pessoas, ela torcia.
Quando viu algumas rotworms, lembrou-se de um relatório impressionante que ela havia lido uma vez, escrito pelo famoso Amaro. Ele viveu com essas criaturas por um tempo e as descreveu como muito amigáveis e, por isso, ela hesitou antes de matá-las. No entanto, as rotworms eram as únicas criaturas que ela tinha visto até aqui em seu caminho cuja carne ela poderia comer, então ela decidiu usar sua rod contra elas. Ela não sabia por quanto tempo essa jornada duraria, então era prudente encher suas bags com tanta carne quanto podia carregar.
Ao prosseguir, ela teve que se defender contra ghouls, skeletons, mais rotworms, carrion worms e até mesmo viu alguns bonelords. Não seria tão assustador, se ela, pelo menos, tivesse um plano para sair desse sistema de túneis subterrâneos. Ela se sentiu realmente perdida. Não sabendo quanto tempo havia passado, ela torcia para que os elfos em Ab’Dendriel achassem sua Ivory Fang, Truly Dooly, e a alimentassem. Lembrando de sua melhor amiga, ela sentiu um nó na garganta. Ela amaldiçoou o momento em que entrou naquele teleport e prometeu a si mesma que, se ela se encontrasse numa situação semelhante novamente, ela não optaria pelo desconhecido.
Pelo canto dos olhos, ela viu uma escada. Aliviada e cheia de esperanças de que isso poderia ser uma saída, ela correu em direção à escada. No entanto, quando ela se encontrou mais uma vez em um caminho escuro e cheio de lama, ela sentiu toda a energia deixar seu corpo e seus joelhos cederem.
Preocupações e pensamentos sombrios invadiram sua mente enquanto ela estava ajoelhada no chão. Lutando para não ter um colapso mental, ela reuniu suas últimas forças, se levantou e seguiu em frente, determinada.
Quando viu uma slime no caminho, ela se lembrou de ajudar Bozo a criar bombas fedidas com o odor delas. À medida que ela se recordava de mais lembranças desses dias, ela começou a se preocupar. Ela tinha ouvido falar que as pessoas que estavam perto de morrer lembravam de seus amigos, aventuras e tempos passados durante suas horas finais. Talvez a morte fosse iminente. Ela até se perguntou se talvez já estivesse morta e tivesse acabado no inferno.
Sem saber o que mais fazer, ela avançou, e até encontrou um pouco de alívio em suas memórias de Stonehome e seu bom amigo Spectulus, em Edron. De repente, ela tropeçou, e quando ela olhou para baixo, viu um esqueleto de dragão no chão. Uma súbita dose de adrenalina trouxe toda sua atenção de volta para o presente. Ela ficou muito apreensiva. Dragões…? Ela não sabia se poderia sobreviver a tal luta.
Lenta e silenciosamente, ela colocou um pé, depois o outro, prestando atenção ao que estava a seu redor. Quando subiu outro buraco e viu ainda mais esqueletos de dragão a seu redor, ela quase entrou em pânico completo. “Estou tão morta.”, pensou. No entanto, depois que ela conseguiu engolir um pouco de seu medo, ela também notou alguns morcegos, o que acendeu uma faísca de esperança nela imediatamente. Se havia morcegos, ela devia estar perto da superfície. Ela queria muito uma saída.
E, de fato, depois que ela subiu mais um buraco, ela respirou ar fresco… Bem, quase fresco. Tudo cheirava a queimado! Olhando em volta, ela se encontrou novamente entre vários esqueletos de dragões. Confusa e assustada, ela examinou a área. Ela parecia estar em uma ilha, uma ilha que é, ou talvez fosse, o lar de muitos dragões. “O que aconteceu aqui?”, ela se perguntou… Ela suspirou ao perceber que sua aventura ainda não havia terminado.
Não muito longe de onde ela havia subido, ela pôde ver as muralhas de um castelo e considerou pedir ajuda, mas pensou melhor e achou melhor não. Esse lugar não parecia nada acolhedor. Entrar no castelo tornou-se seu objetivo imediato, mas não era tão fácil quanto ela esperava. Ela encontrou um caminho depois de um tempo, foi saudada por alguns skeletons e scorpions, e estava no início de um labirinto. O chão do castelo estava coberto de ossos. Ela teve que tirá-los do caminho para poder avançar. No meio de toda essa bagunça, ela encontrou uma chave. “Outra chave.”, pensou. “Que piada cruel.” Ela pegou a chave assim mesmo, na esperança de que ela abriria uma porta mágica que a levaria de volta para casa.
Explorando o labirinto, ela acabou encontrando uma porta trancada à qual a chave pertencia. Como ela parecia estar sozinha, ela decidiu explorar o lugar minuciosamente, se perguntando sobre o que mais ela encontraria. Quando ela tirou a tampa de alguns caixões, ela estava preparada para lutar contra fortes vampiros. No entanto, nada aconteceu. Em vez disso, ela encontrou, de novo, outra chave.
É claro, ela acabou encontrando a porta desta nova chave, com uma alavanca misteriosa escondida atrás dela. Até agora nesse dia, sua curiosidade não tinha sido muito útil… mas, mais uma vez, ela não pôde resistir. Ela puxou a alavanca e imediatamente abaixou-se para se proteger. Mas nada aconteceu. Ela deu de ombros e se virou. Ela não tinha certeza se sua mente estava lhe pregando uma peça, mas ela tinha a sensação de que as paredes tinham se movido.
Quando encontrou outra alavanca e, mais uma vez, nada aconteceu depois que ela puxou, ela pensou que algo estava estranho. Ela voltou para a primeira alavanca para ver se ela conseguia estabelecer alguma conexão. Quando ela chegou lá, havia mais uma chave no chão. Desconfiada, ela a pegou. Apesar de seu medo, isso estava começando a se parecer com uma caçada ao tesouro. Parte dela gostava disso e ela estava curiosa para saber aonde esse caminho a levaria. Mas, lá no fundo, ela estava preocupada. “Quem tinha deixado todas essas chaves aqui…?”
Ela só conseguia pensar em sua busca por chaves e suas respectivas portas. Ela entrou e subiu ainda mais naquele labirinto. Ela lutou contra alguns ghouls, skeletons e demon skeletons. Nada com o que ela não pudesse lidar. Quando, de repente, ela se viu em uma sala de tesouros, ela sabia que era disso que ela estava atrás. Ela procurou uma maneira de chegar ao tesouro, até viu uma outra chave atrás de uma parede, mas não conseguiu descobrir como pegá-la.
Depois do que devem ter sido horas de busca, todo o desespero do qual ela havia se esquecido a invadiu-a emocionalmente. Esgotada e, finalmente, desistindo de prosseguir, ela se afundou no chão mais uma vez. Ela não tinha mais energia. “Então esse é o fim.”, pensou. Ela estava certa de que morreria naquele lugar. Seus olhos se encheram de tristeza ao se lembrar de Truly Dooly e de todos os seus amigos. Ela se sentou no chão de um estranho labirinto em uma ilha desconhecida e chorou até dormir.
Ela acordou com uma voz familiar. Ela ainda estava sonolenta sem compreender bem o que estava acontecendo. Elathriel estava na frente dela … “Snoopy! Estou tão aliviado que te encontrei! Quando eu vi Truly Dooly ainda em Ab’Dendriel horas depois de você ter saído, eu fiquei muito preocupado, então eu decidi te procurar! Você está bem?”
Ainda perplexa, ela não conseguia responder verbalmente, mas ela rapidamente colocou os braços em volta do pescoço de Elathriel para dar o maior abraço que já havia dado. O elfo a levou até uma plataforma e pediu para ela ficar lá parada e aguardar mais instruções. Ela fez tudo como lhe foi dito e, juntos, conseguiram pegar a chave atrás da parede que Snoopy tinha visto antes. Elathriel parecia conhecer o lugar e a guiou por lá sem qualquer hesitação.
Devagar, Snoopy percebeu que, de fato, ela estava sendo resgatada e que tudo ficaria bem. Aliviada, o tesouro já não importava tanto para ela. Ela simplesmente seguiu o elfo, que os defendeu contra todas as criaturas que cruzavam seu caminho.
Depois de pouco tempo, ela se viu de frente para outro teleport. Confiando em seu salvador, ela entrou, apesar de ter prometido a si mesma que nunca mais faria isso. Quando ela abriu os olhos, ela mal podia acreditar. Finalmente, ela estava de volta a Ab’Dendriel!
Lágrimas começaram a correr por seu rosto quando viu Truly Dooly esperando por ela. Ela ficou muito aliviada por ter conseguido voltar viva e por ter tido que testar suas habilidades contra dragões. Ela olhou para Elathriel e, quando o elfo gesticulou para que ela fosse, montou em Truly Dooly para voltar para Stonehome. Naquele momento, ela decidiu que, na próxima vez que ela visitasse Ab’Dendriel, ela levaria escondido de Edron algumas das deliciosas tortas de Mirabell para Elathriel.
Uma lição que ela aprendeu com esta aventura é que nenhum tesouro poderia ser mais valioso do que um amigo verdadeiro que está sempre ali quando se precisa de ajuda! Ainda assim, algumas perguntas passearam por sua mente nos dias que se seguiram. “O que era aquele lugar?”, “Onde ficava aquele lugar?”, “O que aconteceu com os dragões?”, “Quem é o dono do castelo?”, “Quem escondeu todas aquelas chaves?”
“Um dia,”, pensou ela, “reunirei alguns amigos e voltarei para descobrir mais.” Ela pôs a mão no bolso para se certificar de que a chave que ela comprou de Elathriel ainda estava lá…
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